Os avanços na área da pedagogia – de pensar os novos papéis de alunos e educadores – impactam todo o ecossistema da educação. Com isso, as escolas vêm adequando seus ambientes a fim de manter-se a par com relação aos novos paradigmas. Nessa toada, profissionais da educação buscam conhecimento, enquanto as universidades também avançam rumo a um entendimento maior dos espaços que formam o ambiente de aprendizagem. Empresas parceiras e fornecedoras, como a Novidário, que trabalham com mobiliário escolar há mais de dez anos, também entram em jogo.
A educadora e psicopedagoga Sylvia de Arruda Camargo, que leciona no Colégio Santa Cruz há 15 anos, foi uma das que se lançou para além das fronteiras da sua instituição para compreender os avanços e pensar sobre novas metodologias. Formada em pedagogia, com especialização em Didática da Matemática pelo Instituto Vera Cruz, ela sempre foi uma entusiasta do trabalho em grupo. “Sempre achei que as crianças aprendem muito com os seus pares, então desde cedo coloquei-as para trabalhar dessa maneira, mas percebia que as coisas não fluíam tão bem, que os alunos não se engajavam na atividade da forma como eu gostaria”, conta.
Foi daí que Sylvia se aproximou do PED Brasil, um programa de formação de educadores apoiado pela Fundação Lemann, que também mantém um centro com esse foco na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Lá ela conheceu a fundo o trabalho de Rachel Lotan, Professora de Stanford e colaboradora do PED (ela também já colaborou com diversas publicações brasileiras do assunto).
A formação no PED Brasil vai ao encontro com a obra de Lotan e com o trabalho que Sylvia já vinha desenvolvendo no Santa Cruz: construir uma sala de aula equitativa, mais democrática, utilizando o trabalho em grupo como ferramenta.
Em entrevista para o blog da Novidário, Sylvia traça os princípios da sala de aula equitativa. “Deve haver espaço para todos aprenderem, onde todos tenham acesso à aprendizagem, mesmo aquelas crianças que tenham alguma barreira a certos tipos de conteúdo. Todos podem contribuir pois todos têm algo a oferecer”. Ela acrescenta que, nesse modelo, o professor delega parte da autoridade para o aluno: “eles próprios gerenciam o tempo, o material, como eles vão organizar as tarefas”.
Esse trabalho vai ao encontro com a pesquisa que a Novidário faz há mais de dez anos sobre a influência do ambiente e, consequentemente, do mobiliário no processo de educação. Construir uma sala de aula equitativa, trazendo como premissa o trabalho em grupo, também passa por dispor e desenvolver os móveis de modo a tornar o ambiente fértil a esse tipo de atividade.
Em 2019, Sylvia foi convidada, juntamente com seus alunos do 2º ano, a implementar uma sala de aula cápsula, que seria testada e replicada. Direção e professores trabalharam juntos e com a participação das crianças imaginaram a “sala dos sonhos”. Nesse processo a Novidário foi convidada para fazer o layout da sala de aula e a escolha do mobiliário.
A Novidário possui um portfólio extenso de peças de mobiliário que podem servir de soluções para escolas que desejam tornar os ambientes mais colaborativos. Sylvia, em sua entrevista, reforça que a metodologia e a mobília facilitam na construção do espaço coletivo. Uma deve ajudar a outra em uma relação dialética. Se o trabalho em grupo está na mira dos educadores, mas as carteiras seguem sendo individuais, somente agrupá-las não soluciona.
“Um conceito que sempre defendo e que a Sylvia concorda é que mesas individuais agrupadas não formam uma mesa coletiva!” acrescenta Luciana Sobral , arquiteta fundadora da Novidário. Os alunos acabam enxergando as linhas divisórias entre as mesas como “fronteiras”.
As mesas coletivas muitas vezes são preteridas pois no momento da avaliação ou trabalho individual alguns educadores sentem dificuldades em trabalhar desta forma. “O conceito de avaliação também pode ser visto de uma outra forma. É preciso informar os alunos que as atividades avaliadas são instrumentos que informam o professor sobre os avanços e desafios de cada um”, comenta Sylvia.
A sala de aula equitativa deve ser construída com móveis de uso coletivo. Um exemplo destacado por Sylvia é o da Estante Volante Pólen (veja outros móveis de uso coletivo volantes da Novidário). Este, por sua vez, circula pela sala levando e trazendo materiais e jogos entre alunos, que relacionam-se com eles como se fossem de todos – e são.
Também foram acrescentados um tapete, almofadas e um expositor de livros na sala, criando um ambiente de pesquisa autônomo para o aluno.
Após seis meses de teste, todas as salas do segundo ano foram transformadas. Hoje, o primeiro e o terceiro ano também são beneficiados.Os resultados foram tão positivos que o projeto começou a estender-se ao ensino fundamental adentro. Sylvia adiciona que somente as mudanças espaciais não são suficientes: oficinas são realizadas, e ministradas por ela, para capacitar os professores nessa nova forma de educar.
Saiba mais detalhes deste trabalho clicando aqui.
Confira a reportagem do que foi essa experiência no Colégio Santa Cruz, clique aqui.
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